domingo, 6 de dezembro de 2015

A GENTE PODE! EU POSSO! TODO MUNDO PODE!

Imagem: http://www.osmais.com
Acho estranho como a gente acha estranho quando os grupos oprimidos, no desespero para serem respeitados,  apelam mesmo para uma resistência.

Eu escuto muito, algumas pessoas me dizerem:"ah, que agonia desse povo negro que fala em militância,  em África o tempo todo, em eu sou negro...". E eu digo:"Ah! Só você sentindo o que eles sentem na pele para precisar lutar, ocupando o tempo deles com essa luta, por algo que tiraram deles...".

E é isso,  mesmo. Existe um movimento invisível que se firmou com sangue,  com mortes e destruições onde somente o homem branco tem espaço livre para ir e vir, dominar e determinar tudo o que bem quiser.

Aí, ouvimos muitos gritos pedindo socorro pela igualdade,  liberdade e fraternidade. O machismo oprimiu,  impossível negar essa realidade. Os diversos movimentos que surgem, são  taxados de "radicais", como o feminismo, movimento negro, LGBTT, dos gordinhos... De tudo que não é branco,  rico e bonito.

Escutar uma criança negra chorar e sofrer porque na escola querem fazer com que ela se sinta culpada por ter NATURALMENTE mais melanina. Ver que esse sofrimento gruda nessa criança e a segue até a fase adulta gritando pelo pedido: "respeite a minha cor!". Ao escutarmos os gritos pedindo respeito a esse espaço e tendo que brigar, sim, pelo próprio espaço. Mas todo mundo, que não é todo o mundo, escuta esse grito,  se depara com esse limiar, se sente ofendido e devolve denegrindo os movimentos de resistência.

Claro que nada disso seria - SERIA - necessário,  se RESPEITO fosse algo REAL, na prática.

Se ainda escutamos e repetimos e falamos: "isso é coisa de mulher", "foi aquele neguinho ", "coisa de gordo" e etc, nos colocamos acima como melhor. Percebe? Cada um de nós se coloca acima e melhor que o outro. Vai mudar se eu só vejo o que o outro faz ou resiste?

Começo eu, hoje, agora, aqui,  a observar o que falo,  porque reflete o que penso e como nossa sociedade, que é composta de tantas individualidades,  nos impõe e manipula a pensar. Dizer NÃO a esse padrão cruel é comprar briga, é se colocar em posição de resistência, é levantar guarda,  para conseguir defender o próprio espaço e direito de ser quem é.

Por que incomoda tanto ser quem é,  sem roubar,  matar, manipular,  impor... Sem desejar poder sobre alguém?

Eu penso muito nisso,  porque sou uma pessoa que olha e vê pessoas. E escutei,  recentemente,  de uma pessoa que me conheceu,  que eu tinha "uma mente aberta demais" e que eu "deveria ter ao meu redor apenas pessoas do meu nível", então sorri e o tempo da justiça nos afastou,  de maneira que eu soubesse que estávamos em níveis distintos,  mas não me vi melhor do que ela,  apenas continuei com meus amigos de verdade: gordos ou magros; negros,  brancos, índios,  orientais...; pobres e ricos; de santo, evangélico,  católico, judeu, espírita, esotéricos... E por esses,  eu luto sim! Luto sonhando em não ter mais que lutar. Sonho e vivo essa realidade de viver o próprio espaço.

Se exigem que me enquadre num formato único,  sem me dar opção se escolha e respeitar quem sou, caio fora e fecho o ciclo. Acaba sendo o que? Barreiras sendo criadas. E como isso termina? Começando, aqui e agora que respeito é o não julgar. E aceitar que ser feliz está além das convenções sociais.

Eu estou gordinha,  graças a Deus eu sou muito saudável e aprendi que ser feliz é algo que não tá aí fora, tá aqui dentro. E torna-se uma luta, apenas por defesa de espaço, porque o externo tenta,  incansavelmente tirar isso. Mas, não consegue. Sou eu! Fico triste. Fico alegre. Como qualquer um. Mas SOU FELIZ. EU SOU.

Gente,  tá na hora de ouvir mais os pensamentos que saem através das nossas bocas e ações. Vamos crescer. Ser quem somos e pronto! Vamos parar de falar da roupa da amiga; do cabelo da vizinha; do prato de fulano... Ver, todo mundo que enxerga pode ver. Ver e respeitar é coragem! É digno. É nobre. É chique. Isso é elegante. Isso é liberdade de Ser.

Poder saudável é aquele que a gente tem quando descobre que a gente PODE! Que eu posso ser, simplesmente,  FELIZ.

Pat Lins.

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